Dissertação sobre o Budô - PARTE 1
Não podemos falar em “BUDÔ” sem falarmos antes de seu antecessor o “BUJUTSU”, pois o “BUDÔ” é considerado a versão moderna deste e é aplicada até hoje em todas as Artes Marciais que utilizam a terminação “DO”, raiz originária do Zen Budismo!
Traduzido literalmente a raiz “BU” significa: “Militar, Marcial ou até mesmo Guerra”; já a raiz “JUTSU” significa: “Ciência, Ofício ou Arte”!
“BUJUTSU” é traduzido como “Ciência da Guerra” ou “Ofício Marcial” e também como “Arte da Guerra” ou “Arte do Guerreiro”. O Bujutsu é descrito como o conjunto de “todas as técnicas necessárias para lutar,” o que torna a arte muito mais abrangente, englobando disciplinas diversas, desde o tradicional kenjutsu até aspectos mais obscuros dos treinamentos marciais do Japão Feudal, como equitação, natação e técnicas de luta corpo a corpo, que faziam parte do treinamento militar dos Bushi (Samurais) para o uso na guerra.
Algumas das principais disciplinas do bujutsu eram:
- Bôjutsu (técnica do bastão)
- Kenjutsu ( técnica da espada)
- Iaijutsu (técnica de desembainhar a espada)
- Sôjutsu (técnica da lança)
- Kyujutsu (técnica do arco)
- Naginatajutsu (técnica da alabarda – Arma antiga, constituida de uma longa haste de madeira rematada em ferro largo e pontiagúdo, atravessado por outro em forma de meia lua)
- Jujutsu (técnica suave)
- Aikijujutsu (técnica suave com harmonização do ki), entre outros.
A prática delas era monopólio do estamento guerreiro (classe ou camada social fechada dos guerreiros). Por lei, apenas os bushi podiam praticá-las.
Foi assim até a Restauração Meiji, que terminou com o Xogunato e a sociedade estratificada, onde a classe guerreira deixou de existir e, assim, nada mais restava das antigas circunstâncias que sustentavam as tradicionais técnicas de guerra. Elas haviam perdido completamente seu propósito original.